domingo, 1 de julho de 2012

Cap.23 - Smells Like Teen Spirit

Bruna acordou em uma cama confortável, sem ter a menor noção de onde estava ou como chegou até ali. No lençol estava o emblema de um hotel: Las Palmas - TO. Sua cabeça e seu corpo doía e ela percebia que algumas partes de seu corpo estavam cobertas por curativos. Começou a se lembrar do que houve aos poucos... A luta contra Lilith, contra Astaroth, contra Natalie, sua própria irmã.
Ela se sentia desnorteada, desprotegida, ferida... Sua irmã, aquela por quem tantas noites chorara estava de volta, estava viva e o pior, estava com ódio dela. Bruna não sabia o que fazer, tentou se levantar da cama, mas ouviu uma voz do outro lado do quarto, uma voz familiar, uma voz que ela não escutava há muito tempo.
- Eu não faria isso se fosse você. - Sarah disse.
- Sarah? - Bruna perguntou.
A ruiva saiu do banheiro e sorriu para a garota, vestia as mesmas roupas das quais Bruna se lembrava, uma camiseta e um jeans surrado. A antiga mestra de Bruna se aproximou da cama e apontou para as bandagens.
- Essas são ervas muito difíceis de se encontrar nessa região, não se mova ou a pomada que criei com elas não fará efeito, fique deitada por pelo menos um dia. Depois você estará inteira e é justamente o tempo do seu amigo anjo vir nos encontrar.
- Amigo anjo?
- O tal Daniel, ele salvou você de uma grande queda, garota. Espero que ele e os outros tenham sobrevivido.
- Outros? Que outros?
- O irmão dele, o tal Natanael e Odin.
Bruna ficou calada, não lembrava de ter sido salva por Daniel. Só se lembrava de estar caindo do prédio. Lembrava de ter conversado com Daniel, mas não se lembrava de como ele apareceudo lado dela. A cabeça dela ainda girava, precisava colocar os pensamentos em ordem.
- Eu falhei Sarah. Tudo o que me ensinou não foi suficiente para deter Astaroth e Lilith... E Natalie, Natalie... - As lágrimas desciam pela face de Bruna ao lembra da irmã transtornada, submersa em trevas.
Sarah se aproximou da antiga pupila e passou a mão em sua testa. Ela podia entender a dor de Bruna, sabai como era difícil pra ela descobrir que a irmã estava viva e pior, que agora lutava por seus inimigos. Mas o que Sarah mais temia era o dia em que Bruna deveria enfrentar Natalie, de um modo que não haveria mais volta. Bruna seria capaz de fazer o que fosse preciso?
- Calma, minha criança. A culpa não é sua, eu não sentia mais a energia vital de Natalie, eu a julguei como morta, já não havia nada que pudéssemos fazer. Quem quer que a tenha trago de volta quebrou uma regra, impediu a passagem de sua alma e agora ela está deteriorada.
- Estamos falando da minha irmã, Sarah! Ela ainda está ali, eu sei que está.
- Você tem certeza disso?
- Eu tenho, Sarah, eu vou salvar a Natalie nem que eu tenha que entregar minha vida pra ela. Mas uam coisa me intriga... Se agora existem duas pessoas com o sangue de Gaia e Emanuel, porque Lúcifer ainda precisa de mim pra abrir o portão?
- Seu sangue é puro, Bruna. Sua irmã teve o sangue contaminado pelas trevas, você não, somente o seu pode abrir o portão.
Bruna ficou em silêncio, pegou o controle remoto na cabeceira da cama e ligou a televisão, precisava distrair sua cabeça. Assim que a TV foi ligada uma notícia surgiu.
"E o incêndio que se iniciou ontem em um grande hotel de Brasília já foi controlado. Ainda não se sabe como ele foi iniciado e até agora não foi achado nenhum corpo. Três homens foram vistos saindo do prédio, mas a descrição deles é imprecisa, um deles parece ser um senhor de 60 anos, com uma barba branca, mas nada além disso. Parece que as câmeras pararam de funcionar no exato momento em que eles saíam do local...."
- Pelo menos eles estão vivos. - Sarah disse
- Vou mudar de canal. - Bruna disse.
- Não, ainda não, aumente, eu conheço aquele homem na televisão!
Bruna olhou para a TV e viu um senhor vestido com o uniforme de gala da marinha, uma barba bem feita, branca. Uma aparência imponente e de respeito, parecia já andar pela terra há milhares de anos.
- Aquele... é Leviatã! - Bruna disse
- O principado das águas. - Sarah disse
"- Este incêndio é obra de terroristas esquerdistas que visam a derrubada do governo. Eles se aproveitam desse momento de grande instabilidade na política latina e pretendem denegrir a imagem do presidente. Este por sua vez não dá crédito à nossas informações e corta cada vez mais gastos com as forças armadas. A situação está no limite do controle e alguma medida enérgica deve ser tomada já!" Leviatã bradava, seu discurso era eloquente e sedutor, mas suas palavras eram ameaçadoras.
- Ele está falando de um golpe militar, não está? - Bruna perguntou.
- Ele pretende dar um golpe de estado. Se isso acontecer estaremos perdidos, será o início do fim, apenas o primeiro passo para a destruição da raça humana. Essa onda se espalhará pelos países e estados... Isso não pode aocntecer.
Sarah ficou trêmula, tremia com a idéia de um demônio no poder. Isso já acontecera outras vezes na história da humanidade e na história do próprio Brasil, mas aquilo acontecer naquele momento significava a vinda imediata de Lúcifer.
A ruiva se levantou e foi em direção à porta, sem dizer mais nada ela abriu a porta e saiu. Tudo o que Bruna conseguiu ouvir foram os passos dela descendo correndo a escada. Bruna preferiu não se mover e logo adormeceu novamente.
Sarah saiu do hotel e logo deu de cara com um homem, por volta de seus 40 anos, cabelos negros longos amarrados como um rabo de cavalo, óculos escuros tipo rayban. Ele usava uma camisa de manga curta branca e uma calça jeans clara, estava sentado sobre uma moto Harley-Davidson e sorriu ao ver a maga.
- Olá Sarah. - Ele disse e sua voz era angelical, parecia um trovão que ecoava bem ao longe.
Sarah olhou na direção do homem e hesitou por um momento... Fazia muito tempo desde de seu último encontro. Ela andou na direção dele, o abraçou e o beijou demoradamente, o homem por sua vez retribuiu, abraçou-a forte e passou a mão por seus cabelos enquanto a beijava. Após um curt período de tempo que pareceram horas ela se afastou dele e olhou através dos óculos escuros do homem.
- Olá Rafael.
O arcanjo sorriu novamente, parecia feliz em encontrar a mulher.
- Já faz muito tempo. - Ela disse.
- Dez anos se passaram sem que eu jamais deixasse de pensar em você. - Ele disse
- Você me abandonou aqui na terra, Rafael.
- Sabe que não poderia levar você para o paraíso, sabe que não pode cruzar os portões, não poderia deixar Gabriel, Miguel e Uriel saberem de você. Se soubessem quem você é, se soubessem da sua família, estariam todos sendo cassados agora. Não é a vontade do Pai.
- Parece que não adiantou de muita coisa. Lúcifer está atrpas da minha sobrinha, sua sobrinha!
- Minha sobrinha? Impossível! Os descendentes de Emanuel foram mortos.
- Não todos.
Rafael encarou a mulher durante um tempo, um frio passou por sua espinha.
- Lúcifer está atrás dela para abrir o portal que o conduzirá para o centro da guerra civil celestial. Ele e suas hordas, você sabe o que isso significa né? Significa que os arcanjos divididos e em batalha irão sucumbir ante o poder dele.
- Não! Isso não pode acontecer.
- Eu sei, o portal deve ser trancado.
- E a garota deve ser morta.
- A garota é minha sobrinha, é minha família e ninguém tocará nela, ela ficará em segurança. Temos um dos seus a protegendo.
- Quem?
- Daniel, o querubim.
- O renegado? Ele já não faz parte do corpo celestial.
- Ele sempre fará e você sabe disso.
Rafael olhou para Sarah, ela estava certa. Ele olhou Daniel crescer durante milênios, acompanhou sua vida na terra, o arcanjo era a favor do perdão mas sabia que nenhum de seus irmãos permitiria isso na época. Ele tentou ajudar Daniel uma vez, mas foi rejeitado então passou aobservá-lo de longe.
- Preciso conhecer a garota. - Rafael disse.



















Continua.........................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário