sábado, 14 de julho de 2012

Cap.26 - Assassin

Sarah caiu no chão, o gosto de sangue dominava sua boca, aquele leve gosto metálico. Tentou se mover mas era inútil, já estava imersa numa poça de sangue. Encarando a maga, estava Natalie, de pé, sorrindo, parecia experimentar um momento de prazer incomparável. Por um breve momento Sarah viu um lampejo nos olhos de Natalie, um lampejo em que um olhar doce e gentil apareceu. Bruna estava certa, a sua irmã ainda estava ali dentro de algum jeito, lutando para não deixar que as trevas a dominassem, talvez ela vencesse, talvez ela perdesse.
Sarah ouviu novamente as sirenes se aproximando, o comboi parecia recuperado do ataque das chamas da ruiva, ao mesmo tempo Sarah ouviu um grito vindo da porta do hotel, mas ela não podia ter certeza, o mundo à sua volta já começava a girar e ela sentia que sua consciência ia se esvaindo assim como seu sangue.
- Sarah! - Era a voz de Odin.
Natalie olhou na direção do velho e sorriu.
- Parece que nos encontramos de novo, velhote. - Ela dizia com escárnio.
Odin não pôde conter sua fúria, sua tristeza e decepção. Todos os sentimentos pareceram transparecer em seus olhos, nuvens negras começaram a cobrir o céu, trovões ribombavam ao longe e a terra parecia tremer. Odin pegou o martelo preso em sua cintura, ele já não tinha mais controle de si, estava disposto a matar Natalie da forma mais dolorosa possível.
- O que? Não me diga que ficou chateadinho. - Natalie continuava com o escárnio.
Bruna apareceu na porta acompanhada de Daniel e Natanael que logo perceberam o que se passava. Bruna ia correr para parar Odin, mas Natanael a segurou.
- Me solta! É minha irmã! - Bruna gritava.
- É uma assassina e será tratada como tal. - Odin gritou.
- Não! Ela não tem culpa!
- Sim, ela tem, ela deixou as trevas a dominarem, ela é culpada e pagará por isso.
Odin agitou o martelo no ar e um forte relâmpago se materializou no movimento e atingiu Ntalie com toda a força no peito. A garota caiu a 20 metros de distância e não conseguia se mover, apenas gritava de dor.
- Pegue Sarah e vá pra dentro. Tente estancar o sangue e se necessário use sua própria energia vital para salvá-la. Nós precisamos dela. - Daniel disse sério.
Natanael pegou o corpo da maga, praticamente inerte no chão e a levou para dentro, Bruna entrou juntamente com ele, mas não sem antes olhar para a irmã caída. Olhou na direção de Daniel e implorou.
- Por favor, Daniel... não deixe que a matem.
Daniel apenas assentiu com a cabeça e olhou para Odin. Eles tinham coisas mais importantes para lidar agora, como por exemplo um comboio com quatro carros da polícia federal a poucos metros deles. Os policiais já estavam posicionados, mas havia algo de diferente neles... Daniel podia sentir que aqueles não eram comuns. Quando o renegado olhou fixamente para um deles percebeu que seus olhos eram negros como a noite, ele estava certo aqueles não eram humanos comuns, eles estavam possuídos.
- Eles não são normais. - Odin disse.
- Estão possuídos.
- Mas ainda são humanos certo? - Odin pareceu preocupado. - Se nós os matarmos, mataremos também os humanos que os estão possuindo.
Daniel cerrou os dentes, eles tinham uma difícil escolha pela frente. O que fazer? Matar os demônios e os humanos ou tentar bloquear todos eles?
- Não creio que tenhamos escolha, precisamos dar o fora daqui de qualquer maneira.
Enquanto isso um policial caminhou na direção deles, um velho conhecido, mas aora ele não estava usando o terno risca de giz, apenas um colete a prova de balas.
- Vocês me parecem confusos, meus amigos. - Asmodeus dizia em tom de escárnio - Parecem num dilema sobre matar meus homens ali.
Asmodeus apontou para os policiais atrás dele e continuou caminhando na direção dos dois homens.
- Sabe o que eu acho? - Asmodeus continuou - Que vocês não irão matá-los, irão ficar aqui e lutar, defendendo posições e morrerão nelas, não são capazes de matar um humano, mesmo um humano endemoniado...
Daniel levantou sua espada e apontou na direção de Asmodeus, os olhos do renegado assumiram um otm diferente, começaram a brilhar da mesma forma que no hotel pouco antes de ele perder o controle sobre suas ações.
Asmodeus recuou um passo e Odin preparou o martelo. O que tinha que ser feito deveria ser feito não importava os custos.
Daniel, respirou fundo, tudo deveria ser feito com precisão e rapidez e ele estava torcendo para que Odin entendesse o recado. Expirou o ar lentamente, seus pulmões estavam queimando, o brilho em seus olhos se estabilizou, o poder estava sob controle.
- Sabe o seu erro, Asmodeus? Você me subestima. Jamais deveria ter se esquecido de que mesmo caminhando na terra há milênios, eu ainda sou um anjo. - Daniel disse e começou a correr na direção de Asmodeus.
Antes que Asmodeus conseguisse esboçar alguma reação, Daniel lançou a espada na direção do demônio. Ele se desviou na última hora e a espada penetrou em seu pulmão, bem próximo ao coração. Odin entendeu o que aquilo significava e imediatamente canalizou um raio na direção da espada. O raio eletrificou a espada e consequentemente Asmodeus, o demônio nem mesmo teve tempo para reagir e foi lançado a 100 metros de distância enquanto uma saraivada de raios atingia a espada.
Daniel correu na direção dos demônios desorientados e ainda sem reação. Colocou as duas mãos sobre os dois primeiros demônios que achou e então seus olhos se iluminaram. Os dois demônios sentiram o corpo tremer e queimar, sentiram que sua existencia pegava fogo, como as almas condenadas no inferno, a dor era insuportável. Eles queimaram dentro dos humanos até deixar de existir, mas os humanos estavam a salvo.
- Ele está... nos exorcizando?! - Um demônio perguntou aterrorizado
- Atirem nele! Atirem no anjo, impessam esse filho da puta! - Outro demônio gritou pouco antes de Daniel o destruir do mesmo jeito.
Os demônios começaram a disparar em sequência, mas Odin interveio, com a ajuda dos raios criou um campo magnético que impediu as balas de alcançarem o anjo, uma proteção enquanto o anjo ia exorcizando todos um a um. Alguns dos demônios começarama ligar as picapes novamente e a dar ré, não queriam ter a mesma sorte dos companheiros, logo haviam 10 corpos no chão, adormecidos e apenas dois carros do comboio restaram, todos os que conseguiram escaparam, inclusive o próprio Asmodeus que foi jogado dentro de uma caçamba e levado para longe dali.
- Acabou. - Disse Daniel ofegante, o exorcismo era um processo que demandava muita energia e ele estava exausto agora.
- Ainda não. - respondeu Odin, que surgiu com Natalie ainda desmaiada em seus braços.

Sarah estava inerte em cima da mesa da saleta de espera do hotel. Natanael tentava curá-la, usava tudo o que podia mas parecia ser inútil, ela havia perdido muito sangue e ele não queria usar o último recurso, era arriscado demais.
Bruna volta pra sala com um preparado de ervas que achou na cozinha, inexplicavelmente todos os hóspedes do hotel haviam desaparecido, inclusive o recepcionista que Daniel havia hipnotizado, mas Bruna não se importou com isso agora, precisava salvar Sarah. Ela espalhou o preparado de ervas sobre o ferimento de ervas e começou um encantamento de cura, Bruna é descendente de Gaia, a mãe terra, seu poder de cura é ampliado em relação ao dos outros elementais.
Bruna e Natanael continuavam gastando todas as suas energias para salvar Sarah, mas o ferimento havia sido profundo, pelo menos eles haviam conseguido parar o sangramento. Do lado de fora eles podiam ouvir o som de demônios gritando, carros em retirada... Daniel e Odin estavam lidando com a situação. Secretamente Bruna torcia para que Natalie ainda continuasse viva.
- Ela está acordando. - Natanael disse.
Sarah começou a acordar, seus olhos se abriam devagar e sons confusos pareciam ecoar dentro da sua cabeça, demorou um tempo, para ela pareceram ser séculos para que tanto os sons quanto as imagens começassem a ficar focados. Assim que conseguiu ter consciência de onde estava viu entrar pela porta da frente Daniel e Odin. O elemental carregava nos braços o corpo inerte de Natalie, a responsável por seu estado.
Sarah virou a cabeça um pouco para o lado, o suficiente para que Bruna entrasse em seu campo de visão, reuniu todas as forças que ainda restavam e fez um único apelo, quase inaudível.
- Preciso... da sua ajuda... para um último feitiço.














Continua.....................................................








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