domingo, 8 de julho de 2012

Cap.25 - Knights Of Cydonia

Uma espada era agitada no ar, o sangue se espalhava pelos campos, seres alados caíam por toda a parte, amontoados de corpos de demônios e de anjos podiam ser vistos até o horizonte. No alto de um monte estava um grande ser alado, suas asas mediam mais de dois metros cada uma, chegando ao ponto de se arrastar pelo chão, ele usava uma armadura dourada que reluzia como o sol. A lâmina de sua espada tinha um fio de corte duplo e o aço era negro como a noite, ele e mais 3 anjos estavam vestidos da mesma forma... Os príncipes de Deus, os poderosos arcanjos.
No vale um anjo parou sua peleja para observar os poderosos seres alados, frios e distantes da batalha, mas observando cada espada. O anjo quase foi pego de surpresa por um demônio que lançou sua lança na direção do anjo distraído, mas ele rapidamente se esquivou, correu na direção do demônio, seu punho estava cerrado, ele rasgou a pele do demônio e arrancou seu coração com as mãos, logo o demônio estava morto.
O anjo novamente parou e olhou para os gigantes celestes morro acima, não gostava deles, não confiava neles, pareciam superiores e arrogantes demais para o jovem querubim. Foi então que ele se deu conta de que um dos gigantes estava olhando para ele, aquele cuja espada brilhava como o sol. O gigante fez um sinal para que o anjo abandonasse a batalha e fosse falar com ele.
"Droga", o anjo pensou, "Mais ordens inúteis sobre batalha! Por que eles não saem de seus postos e lutam eles mesmos? Nos observam lutar e morrer enquanto ficam ali ao sol!"
- Você, qual sua patente? - O arcanjo perguntou
- Sou um mero querubim, meu senhor. - o anjo respondeu.
- Sabe quem eu sou, querubim?
- Um dos 4 príncipes celestes, meu senhor.
O arcanjo, guardou a espada que estava desembainhada e olhou para o anjo de uma forma mais terna.
- Vi como você matou aquele demônio e vi a forma como olhava para nós, deve pensar que somos um bando de tolos com suas espadas no alto de um monte enquanto a batalha acontece, não é?
O anjo parou de respirar por um momento, se ele respondesse afirmativamente provavelmente seria fulminado ali, mas ele já não tinha muita coisa a perder.
- Sim, meu senhor.
O arcanjo riu, gargalhou e deixou o anjo sem reação, ele esperava muitas coisas, mas jamais uma gargalhada.
- O que acha de ser de minha guarda pessoal? Gosto de anjos que expressam seus pensamentos e são sinceros. É difícil encontrar alguém em quem confiar hoje, até mesmo no céu. Você luta bem e é confiável, o que me diz?
- Claro, meu senhor. - por um breve momento o anjo se permitiu sentir entusiasmado com a idéia só até lembrar que seu protegido seria um arcanjo e daria as mesmas ordens inúteis de sempre.
- Mas você está errado em seus pensamentos, querubim. Não somos tolos parados no alto de um monte e chegará o tempo em que você descubrirá isso.

Daniel abriu os olhos devagar, o sol já invadia a janela. Ele se levantou e foi lavar o rosto, mas no caminho do banheiro percebeu que Rafael já não estava ali, foi então que ouviu o ronco de uma moto do lado de fora. Sem saber ao certo o motivo, Daniel desceu as escadas em direção ao som e viu Rafael colocando o capacete, pronto para partir.
- Fugindo nas primeiras horas da manhã? - Ele perguntou sarcástico.
- Tenho uma guerra a lutar, querubim. Não é o único que enfrenta guerras.
- Sou o único de nós dois que luta por algo além de seu próprio orgulho.
- Tem certeza? Você me julga por lutar contra meus irmãos, me julga porque levanto a bandeira da humanidade sem nem mesmo pensar nela.
- E estou errado?
- Não adianta eu responder, você simplesmente assumirá que está certo e que eu sou o vilão medíocre, é inútil discutir.
Daniel sorriu, não de uma forma agradável, mas irônica. Rafael ligou a moto novamente e tirou o apoio, estava pronto para partir, mas não sem antes olhar para Daniel uma vez mais.
- Você ainda é o mesmo anjo que me olhava com raiva naquele vale há milhares de anos. Mas hoje, assim como há mais de 5000 anos eu te digo novamente: Chegará o tempo em que você descobrirá que não sou um tolo no alto de um monte.
Ele virou as costas e saiu, levantando poeira e dentro de pouco tempo Daniel já não conseguia vê-lo no horizonte. Foi a vez do querubim voltar para dentro do hotel, chegou no quarto enquanto todos ainda dormiam e tomou um banho, no fundo, bem no fundo ele torcia para que Rafael estivesse certo, mas a maior parte dele ainda duvidava disso.
Enquanto terminava seu banho ouviu Natanael gritar da sala.
- Daniel, você precisa ver isso!
Daniel secou-se o mais rápido que conseguiu e colocou uma calça para ir até a sala onde todos estava reunidos na frente da televisão enquanto o repórter mostrava a foto de Odin, Daniel e Natanael como sendo procurados pela justiça, sendo responsabilizados pelo incêndio no hotel em Brasília.
" Os três homens foram vistos saindo do local enquanto o hotel estava em chamas, são considerados foragidos da justiça e são potencialmente perigosos, caso tenham qualquer informação sobre eles ligue imediatamente para a polícia federal." O repórter disse e mais uma vez exibiu a imagem dos três homens.
- Temos que sair daqui. - Sarah disse - Eu vou chamar Rafael, ele deve estar tomando café. Temos que correr contra o tempo para chegarmos na amazônia antes de Lúcifer.
- Não perca seu tempo procurando pelo arcanjo. Ele saiu esta manhã, foi lutar sua própria guerra. - Daniel disse.
- Do que está falando? - Sarah parecia não acreditar no que ouvia, ela conhecia Rafael e esperava que isso fosse acontecer, mas esperava que ele se despedisse.
Daniel olhou para Sarah, olhou dentro de seus olhos e sabia que ela conhecia o arcanjo tão bem quanto ele.
- Você o conhece, Sarah. Ele têm suas próprias batalhas.
Fim da discussão. Sarah fechou o semblante e começou a arrumar suas coisas pelo quarto dentro de uma pequena mochila, ninguém falou mais nada e todos copiaram o gesto dela. Daniel terminou de se arrumar e desceu para tomar um café além de tentar descobrir se alguém mais o reconheceria, por precaução arrumou um boné e um óculos escuros e os colocou.
Enquanto descia as escadas percebeu que Bruna estava atrás dele e ela não parecia estar muito contente.
- O que você quer? - Ele perguntou
- Poderia ter sido mais gentil com Sarah, sabe que ela gosta de Rafael, todos gostaram menos você. Ele...
Daniel parou no meio da escada e olhou para Bruna, mesmo com os óculos escuros, Bruna percebeu a raiva dentro dos olhos do querubim.
- Vocês acham que conhecem ele? Acham realmente isso? Eu lutei por milênios ao lado dele, eu o via no alto do monte junto aos irmãos arrogantes dele enquanto nós morríamos lutando! Acha que isso é agradável? Pergunte a Natanael! Não me venha com esse papo de gentileza, sou um anjo, não estou submetido às mesmas leis e padrões de comportamento que vocês humanos então me faz um favor? Não me enche.
Ele virou as costas e desceu as escadas ainda mais depressa enquanto Bruna não se moveu de onde estava. Nunca tinha visto o anjo falar assim, ele parecia realmente chateado.
- Ele está certo, Bruna. - Sarah disse logo atrás dela.
Bruna se virou ainda chocada, não havia percebido a presença de Sarah ali.
- Ele está errado, não importa o que o arcanjo fez, ele pode mudar.
- Você não sabe pelo que ele já passou, não sabe o que os arcanjos fizeram a ele.
- Ele traiu o irmão e foi condenado por isso, foi jogado na terra. Isso é justiça, não há nada além disso, não há motivo para ódio.
- Essa não é toda a história, Bruna. Nem tudo termina com uma simples condenação.
- O que quer dizer com isso?
- Os arcanjos mataram deliberadamente todo o pelotão que Daniel comandou, jogou ele na terra e cidade após cidade onde o anjo se refugiou, os arcanjos vieram e queimara, trouxeram doenças e o caos até que finalmente perderam o rastro do renegado. É como ele vive até hoje, sob as sombras, fugindo dos arcanjos. Não por ele, ele já não tem mais nada a perder, mas ele se esconde pelos humanos que jurou proteger.
- Os arcanjos mataram os humanos por causa de um renegado? - Bruna parecia não acreditar, afinal eram anjos, foram criados para proteger os humanos.
- Há muitas coisas que não sabe sobre a vida, e há uma grande chance de não descobrir a tempo. - Sarah hesitou, sabia que a sentença de morte da pupila estava decretada.

Natanael não tinha nada para guardar, ele sentou em na cama e ficou olhando pela janela, imerso em pensamentos, parecia estar longe dali, muito longe. Ele sentia algo diferente, ele se sentia vivo, pela primeira vez em milênios ele se sentia vivo. Alguma parte dele dizia "Isso é se tornar humano, é sentir-se vivo com cada célula do seu corpo." Mas Natanael era um querubim, não um humano e parecia haver uma luta dentro dele para decidir sobre quem ele realmente era.
- No que está pensando, Natanael? - Odin perguntou.
- As vezes penso que estou me tornando humano.
- Isso é ruim?
- Sou um anjo, um celestial, não um humano. Para você deve ser fácil lidar com isso, é um elemental, uma força da natureza, já nasceu muito mais humano do que eu jamais serei.
Odin parou de arrumar uma pequena sacola e olhou para o anjo. Sentou-se em uma cadeira e olhou para o querubim.
- Está enganado. Sou tão celestial quanto você, criado pelo mesmo Deus e com os mesmos propósitos. Não é fácil perceber que parte de você se torna humano, mas não é tão ruim assim, na verdade tem seus benefícios. Se parar para pensar é uma libertação. Você deixa de pensar e agir porque tem que fazer isso, mas passa a fazer porque você quer fazer.
- Talvez. - Natanael ficou em silêncio e Odin voltou a arrumar suas coisas quando Sarah entra no quarto seguida de Bruna.
Bruna estava emudecida, parecia estar digerindo algo, algum pensamento. Mal teve tempo de adentrar no quarto e Daniel já entra com cara de poucos amigos.
- Merda! - Daniel disse.
- O que houve? - Bruna perguntou.
- Nos reconheceram, o houseman nos denunciou para a polícia, estarão aqui em questão de minutos.
- Como sabe? - Sarah perguntou.
- O houseman me contou... Vamos dizer que ele foi persuadido a contar. De qualquer forma temos que sair daqui, agora!
- Acho que não teremos tempo pra isso. - Natanael disse.
Pela janela ele conseguia ver os carros se aproximando e avistou uma figura bem conhecida pilotando um deles... Asmodeus.
- Asmodeus está a caminho.
- Será que ele nunca desiste? - Bruna perguntou.
- Temos que arrumar uma distração. - Odin falou.
- Eu tenho a idéia perfeita. - Sarah disse
Seus olhos começaram a parecer duas bolas de fogo, seus cabelos assumiram um tom mais avermelhado e logo ela saiu do quarto, desceu as escadas e chegou na porta do prédio bem a tempo de encontrar as viaturas chegando.
Ela sorriu um pouco e agitou os braços e duas imensas bolas de fogo saíram de suas mãos atingindo os dois carros da frente fazendo ele voar pelos ares. Os outros que vinham atrás imediatamente pararam e alguns até saíram de ré, evitando serem atingidos. Sarah parecia ter criado a distração perfeita até que sentiu uam dor dilacerante em suas costas, sua carne estava sendo rasgada e logo viu a ponta de uma faca surgindo entre seus seios, rasgando sua blusa.
O sangue fluía do ferimento e parecia que não iria parar, o gosto de sangue chegou em sua boca e ela já não conseguia permanecer de pé. Caiu de joelhos sobre a terra enquanto tentava virar o rosto para encarar sua assassina.
Natalie estava de pé, olhano fixamente para a ruiva, um prazer animal surgindo em seu rosto.













Continua..........................................

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